Os passageiros aéreos poderão ser obrigados a cobrir custos de 20% a 29% mais elevados até 2020 caso os Estados Unidos transfiram o Controle de Tráfego Aéreo (CTA, em sua sigla em inglês) para uma organização privada financiada por meio de "taxas de utilização", de acordo com um novo estudo divulgado hoje pela Delta Air Lines.
"Defensores afirmam que a privatização levaria a redução de custos para os consumidores", afirmou o estudo. "Mas nenhuma prova ainda foi produzida para mostrar que a privatização reduziria os custos. Na verdade, nações que privatizaram o CTA observaram um aumento nos custos operacionais em uma taxa muito maior do que foi visto nos Estados Unidos sob o controle da FAA (Administração Federal de Aviação). "
O estudo, que é uma compilação de dados de vários relatórios independentes, avaliou as taxas do CTA associadas a um modelo de privatização no Canadá e no Reino Unido e descobriu que, após os primeiros seis anos de privatização, o Canadá viu um aumento adicional de 59% em taxas relacionadas ao CTA. No Reino Unido, as taxas do CTA sofreram um aumento de 30%.
O estudo também incluiu exemplos de aumentos excessivos de impostos e destacou como um sistema privativo que possui o lucro como objetivo pode priorizar recursos do CTA em grandes aeroportos para levantar mais receita, em detrimento de pequenos aeroportos regionais em todo o país.
O Canadá e o Reino Unido enfrentaram desafios semelhantes na privatização do CTA – um exemplo é que os custos relacionados ao CTA estão crescendo a taxas maiores em ambos os países em comparação aos Estados Unidos que utiliza um sistema público.
A Delta por muito tempo considera que a remoção da Organização de Tráfego Aéreo da supervisão de segurança da FAA é uma má ideia por várias razões. O Capitão Steve Dickson, vice-presidente sênior de Operações de Voo da Delta, destacou como a mudança para um modelo privatizado ameaçaria o serviço ao cliente e não resolveria as questões estruturais que sempre irão existir e impactar o espaço aéreo dos Estados Unidos, como por exemplo a proximidade de aeroportos de grande volume de tráfego no Nordeste do país.
"A Delta concorda que são necessárias melhorias para o nosso sistema de controle de tráfego aéreo atual", disse Dickson. "Um grande progresso já foi feito nesta frente em anos de pesquisa e implementação de tecnologias NextGen e capacidades operacionais, e precisamos nos concentrar em continuar nesse ritmo. Qualquer esforço para separar o Organização de Tráfego Aéreo da FAA criará uma distração que atrasará esses esforços durante anos."