Muita emoção e entusiasmo em três cidades dos Estados Unidos e em Havana, na última quinta-feira, enquanto a Delta retomava sua operação para Cuba pela primeira vez em 55 anos.
Enquanto o voo de Atlanta preparava-se para decolar, Diego, um cliente cubano que mora nos Estados Unidos desde os 18 anos, explicou o significado deste dia para ele.
“Você não pode imaginar a emoção que sinto neste momento por estar indo para casa hoje”, explicou. “Quando recebi o e-mail da Delta sobre o seu retorno para Cuba, liguei para minha mãe que ainda mora na ilha e ela disse apenas, ‘Obrigada, Jesus’”.
A chegada do voo de Miami em Havana foi especial para a comissária de bordo Yadira Batista, que deixou Cuba há 18 anos após sua família ganhar na loteria, permitindo que todos mudassem para os Estados Unidos.
“Fiquei emocionada quando aterrissamos”, disse a comissária de bordo que mora em Miami. “Minha terra natal é tão perto, mas parece estar tão longe. Estou orgulhosa e honrada em fazer parte da tripulação que trouxe a Delta de volta à Cuba após tantos anos”.
Após a normalização das relações entre os Estados Unidos e Cuba há dois anos, a Delta recebeu aprovação para voar dos aeroportos JFK, Miami e o maior hub do mundo, Atlanta, para Havana. Os voos das três cidades transportaram clientes animados para a capital cubana na manhã de quinta-feira.
Foram realizados eventos de celebração nos aeroportos dos Estados Unidos antes da decolagem, mas eles foram comedidos – e os eventos planejados em Havana foram ainda mais – em decorrência do período de luto em Cuba após o falecimento do líder revolucionário e ícone do país, Fidel Castro.
Algumas cenas do dia:
Nova York
O voo 448 do JFK aterrissou em Havana por volta do meio-dia após decolar pontualmente em meio a um céu ensolarado em Long Island.
Henry Kuykendall, vice-presidente para Nova York, e Hussein Berry, vice-presidente de operações aeroportuárias no JFK da Delta, participaram de uma celebração antes do voo no terminal 4, junto a clientes e funcionários animados, que teve início no começo da manhã. A Delta celebrou o lançamento do serviço com comidas cubanas e presentes especiais para os passageiros.
“A inclusão de Havana ao portfólio internacional da Delta no JFK reflete a força do nosso posicionamento neste mercado e estamos ansiosos para oferecer nosso desempenho operacional, serviço e produtos superiores para Cuba a partir de Nova York”, disse Kuykendall.
O novo serviço da Delta a partir de Nova York conecta a segunda maior população cubana dos Estados Unidos à Havana e se soma aos 13 destinos latino-americanos e caribenhos que a companhia aérea serve durante todo o ano a partir do JFK.
“Esta última conquista é mais uma prova que nossa parceria com Cuba continua a impulsionar o crescimento econômico e promover oportunidades para os nova-iorquinos”, disse Andrew Cuomo, governador do estado de Nova York. “O voo inaugural da Delta para Cuba se baseia no progresso que alcançamos ao solidificarmos os laços econômicos enquanto nossas duas grandes nações entram em uma nova era de cooperação, progresso e inovação”.
Membros da tripulação e passageiros também compartilharam histórias a respeito de suas conexões com Cuba.
Gisselle Suarez, comissária de bordo que nasceu em Cuba em 1984, falou enquanto aguardava a decolagem. Quando tinha 10 anos, durante um aumento da crise econômica em seu país, seu padrasto construiu um barco no quintal de sua casa utilizando o motor de seu carro, e fugiu do país. Suarez e sua família foram resgatados pela Guarda Costeira norte-americana e passaram quatro meses em campos de refugiados antes de chegarem nos Estados Unidos.
“Hoje estou muito feliz, orgulhosa e grata”, disse. “Estou verdadeiramente emocionada”.
Rafael Katz, um cliente de Brooklyn, Nova York, nasceu em Cuba, mudou para os Estados Unidos ainda criança e não voltava para o país desde 2003. Ele disse que estava ansioso para visitar sua família em Havana. Outro cliente estava planejando passar as próximas três semanas em uma das famosas academias de boxe de Havana, conhecidas por treinarem diversos boxeadores olímpicos. “Não sei ao certo se descreveria esta viagem como ‘lazer’”, disse ele. “Tenho certeza que vou receber vários golpes”.
Miami
Pepe Zapata, gerente-geral da Delta para a América Central, contou que em 1961, líderes da companhia aérea disseram à imprensa que esperavam que a suspensão do serviço da Delta para Havana fosse temporária.
“A perspectiva da história é relativa, mas todos estamos fazendo história hoje. Estamos voltando para Cuba após 55 anos e estamos muitos orgulhosos disto”.
O voo 625 a partir de Miami tornou-se a primeira aeronave programada regularmente da Delta a aterrissar em Havana desde dezembro de 1961. O Airbus A320 recebeu uma saudação com canhão de água por parte da autoridade aeroportuária do condado de Miami-Dade. Clientes puderam desfrutar de café e doces.
John T., cliente da Delta, disse que era fascinado por Cuba há mais de 30 anos e aproveitou a oportunidade de estar entre os primeiros a viajar em um voo regular.
“Sou apaixonado por arquitetura e carros clássicos e este é realmente o único lugar do mundo que tenho vontade de conhecer, mas não havia tido a oportunidade”, disse ele.
Atlanta
A Delta aguçou o apetite dos clientes antes da decolagem com uma celebração no aeroporto internacional Hartsfield-Jackson, incluindo refeições da tradicional culinária cubana e presentes.
Steve Sear, presidente internacional da Delta, deu calorosas boas-vindas aos clientes, imprensa e funcionários.
“Hoje é um marco histórico para nós. Para a Delta e seus clientes, a espera para chegar à Cuba finalmente terminou”, disse Sear. “Houve muito trabalho e centenas de pessoas envolvidas para tornar este voo um sucesso, especialmente quando se apresenta um novo serviço internacional. Quero agradecer à autoridade portuária e todos os nossos funcionários de todo o mundo que trabalharam que este dia se tornasse possível”.
O voo teve um significado especial para a tripulação, todos os membros tinham vínculos com Cuba.
“Me sinto incrível por estar neste voo hoje. Mal posso acreditar”, disse Hopie Acosta, comissária de bordo que veio de Cuba para os Estados Unidos com sua mãe, pai e irmã. “Viemos para Miami quando eu tinha cinco anos. Minha irmã e eu usamos nossos melhores vestidos – era a única coisa que pudemos trazer conosco”. Esta viagem vai ser a primeira vez que Hopie volta para Cuba desde que ela e sua família deixaram o país em 1962.
O voo 639 decolou pontualmente de Atlanta às 11:21 a.m. (horário local).
Em Havana
Com aplausos dos clientes e da tripulação, o voo 625 de Miami aterrissou antes do horário previsto, às 9:52 a.m. no portão 13 do aeroporto internacional José Marti, marcando o retorno da Delta para Havana após 55 anos. A tripulação de bordo abriu as janelas da cabine do piloto para mostrar as bandeiras norte-americana e cubana, que foi seguida por um corte de fita inaugural para marcar a ocasião. Para grande parte dos clientes desembarcando, esta foi a primeira vez a pisar na ilha – ou retornar após um longo período.
Enquanto isso, no balcão e no portão de embarque, diversos clientes da Delta esperavam com ansiedade pelo voo de retorno para Miami. Autoridades cubanas, que têm sido instrumentais durante meses para o retorno bem-sucedido da Delta, estavam no local e até mesmo ajudaram no processo de embarque, distribuindo etiquetas de bagagens com a marca da Delta aos clientes.
O texto foi compilado a partir de informações da equipe de Comunicação da Delta, Elizabeth Wolf em Nova York, Morgan Durrant em Miami, Rachel Solomon em Atlanta e Michael Thomas em Havana, Cuba.